Hoje ele é comparado a Einstein. Pode ser exagero. Mas que Stephen Hawking é o físico mais famoso desde o pai da teoria da relatividade, isso é. Sua genialidade passou meio despercebida na infância para manifestar-se na época de colégio – e despontar de vez na universidade. Certa vez, em 1960, o professor do curso de matemática da Universidade de Oxford, na Inglaterra, pediu que a turma resolvesse alguns problemas. Enquanto os amigos de Hawking levaram uma semana para solucionar apenas um deles, Stephen respondeu nove em questão de horas.
Essa é uma das histórias reunidas por Michael White e John Gribbin na recém-lançada biografia Stephen Hawking – Uma Vida para a Ciência. No livro, os autores contam também que Hawking levava o curso universitário tão na flauta que costumava ficar entediado. E que, antes de aparecerem os primeiros sintomas de sua doença, a esclerose lateral amiotrófica (ELA), ele adorava remar.
Hawking descobriu que tinha a doença quando fazia seu doutorado na Universidade de Cambridge. O primeiro sinal foi um pequeno problema de fala, no início de 1962. Depois, dificuldade de coordenação: no Natal daquele ano, ele não conseguiu encher seu copo de vinho – a maior parte do líquido foi parar na mesa. No início de 1963, Stephen Hawking, então com 21 anos, ouviu o diagnóstico da ELA. E também que lhe restavam somente cerca de dois anos de vida.
O prognóstico mostrou-se falho. Ele consolidou teorias sobre buracos negros e o Big Bang, que revolucionaram a cosmologia (estudo da evolução do Universo), casou-se, teve três filhos, separou-se depois de 25 anos, casou-se de novo (com sua enfermeira) e escreveu alguns best-sellers. Entre eles, Uma Breve História do Tempo, que vendeu 10 milhões de cópias no mundo todo e acaba de ganhar uma outra edição, atualizada e simplificada, Uma Nova História do Tempo.
Atualmente, aos 63 anos, o físico quase nem mexe mais os dois dedos da mão esquerda, a única forma que tinha para se comunicar com o mundo, digitando num teclado especial. Desde setembro do ano passado, a comunicação acontece na maior parte das vezes por meio de um sofisticado mecanismo que pode ser acionado apenas com o piscar de seus olhos.