domingo, 19 de dezembro de 2010

Chora "Esquerda" a festa acabou


Acabaram-se os festejos da esquerda com os vazamentos do WikiLeaks. O grande mérito do site é que ele é neutro. Mostra os podres de toda a diplomacia mundial e de todas as correntes políticas.

Já saíram coisas sobre o Serra e os tucanos que querem privatizar o Pré-Sal. A hora dos governistas chegará. Alô, políticos com contas na Suíça e paraísos fiscais: tremei!

Não me surpreende que o MST faça também o jogo dos ruralistas. A elite dirigente do MST não quer a Reforma Agrária coisa nenhuma. Quer apenas a "revolução populista". Esses dirigentes mandam os verdadeiros sem-terra para os acampamentos nos lugares mais inóspitos tomar tiro e surra de jagunços e policiais, enquanto os dirigentes ficam em hotéis a quilômetros de distância, em contato com os aliados do Governo em Brasília.

No Brasil, inventaram essa farsa de que Reforma Agrária é de esquerda. Nunca foi. Reforma Agrária é neutra. Não tem ideologia. Ela foi feita em vários países que não tinham governos de esquerda. Inclusive o ultracapitalista EUA.

Se houver Reforma Agrária mesmo, os sem-terra terão terra, e aí acabará o MST. Se depender dos dirigentes do MST, filhos e netos dos sem-terra não herdarão mais nada além da lona preta ou azul dos assentamentos.



P.S: Enquanto o WikiLeaks mostrou os escritos dos diplomatas ianques esculhambando apenas o Putin, o Berlusconi, o Vaticano e os tucanos, eles eram heróis. Agora que esculhambam a máfia da coalisão PT, viraram vilões.

Trechos dos documentos:

"O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) usa informantes dentro do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para ocupar as terras que serão desapropriadas pelo governo".
"A prática do MST de distribuir lotes de terra fértil a seus fiéis e de alugar a terra de novo ao agronegócio é irônica, para dizer o mínimo. O presidente Lula tem sido flagrantemente silencioso com suas promessas de campanha de apoiar o MST por uma boa razão: uma organização que ganha terra em nome dos sem-terra e que depois a aluga para as mesmas pessoas de quem tirou tem um sério problema de credibilidade".
'O Incra, usualmente, não desapropria com rapidez e, assim, o MST invade a terra como combinado".
"Durante a campanha presidencial de 1994, ele (Lula) disse: 'Com uma simples canetada, eu lhes darei tanta terra que vocês não serão capazes de ocupá-la'. Como presidente, ele tem aprendido que não é um problema de tão fácil resolução". 
"O líder do MST, João Pedro Stédile, frequentemente faz comentários inúteis (no ano passado, clamou por uma guerra contra os fazendeiros), anunciando recentemente: 'Abril será um mês vermelho. Vamos fazer da vida um inferno. Abril pegará fogo''.
"O grupo não atrai "muita simpatia da imprensa nem do público". E apresenta números de invasões de terra em São Paulo, que seriam, segundo as lideranças do MST paulista, uma cobrança por promessas não cumpridas do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que concorreria à Presidência".
"O MST e outras organizações de camponeses têm atacado não só propriedades de terra, mas o "agronegócio", como a Aracruz Celulose e a Sygenta".
"Estão enfrentando uma significativa mudança em sua organização. O número de integrantes cai lentamente, assim como o número de invasões que realiza. Alguns observadores citam o programa de transferência de renda para os pobres, o Bolsa Família, como fator de declínio das atividades do MST. Além disso, o MST esperava por maior vontade política do governo Lula na redistribuição de terras. Uma aparente indisposição de parte do governo para fazer isso pode estar desgastando o MST e levando-o a procurar a acomodação em vez do confronto".
"O MST teve de "se reinventar" como movimento. O alvo é mesmo o agronegócio, esse tipo de empresa e a defesa do meio ambiente. A decepção dos líderes sem-terra com o presidente Lula é grande, explicam religiosos do Nordeste do país, mas as críticas não podem ser feitas publicamente".
"Esperavam mais suporte do presidente Lula, mas não podem criticá-lo porque ele é muito popular com seu eleitorado graças ao Bolsa Família. Então, o jogo tem de ser feito nos bastidores. As invasões são moedas de troca, daí alguns créditos ou subvenções para os parceiros do movimento que garantam a paz".
"Cada vez mais ignorado pelos seus ex-partidários, o presidente Lula e seu PT, e reduzido tanto pelo crescimento econômico quanto pelos efeitos positivos do Bolsa Família, o MST encontra-se na defensiva".
"A organização está respondendo aos desafios radicalizando suas ações como no caso da ocupação das terras de um banqueiro brasileiro sob investigação de corrupção". (Daniel Dantas - O próprio)

Apesar de citar um enfraquecimento do MST, os telegramas avaliam que haverá muitos anos de "abril vermelho pela frente": 

"Embora a base social do MST tenha diminuído, ela não desapareceu".

E pra terminar...

"No Brasil, o sistema de posse de terra continua cheio de problemas de ordem jurídica".


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