segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

"Estuprada" por Assange seria colaboradora da CIA

Anna Ardin
A cidadã cubana que acusa o jornalista australiano Julian Assange, fundador do Wikileaks, de “crimes sexuais” na Suécia foi apontada como “colaboradora” da CIA e teria planejado o caso, segundo a rede de TV venezuelana TeleSur. No início do ano, ela mesma divulgou em seu blog um “guia para se vingar” de alguém usando denúncias de abusos sexuais.
De acordo com as informações publicadas nesta terça-feira, a cubana Anna Ardin (cujo nome real seria Ana Bernardín) denunciou Assange por “abuso sexual” à polícia sueca, junto à amiga Sophia Wilén.

A prisão do fundador do site Wikileaks, o jornalista australiano Julian Assange, provocou grande repercussão na mídia internacional. As vozes de entidades de defesa da liberdade de imprensa, porém, não protestaram até o momento, nem questionaram a validade da ordem de prisão da Justiça sueca, que acusa o jornalista de “crimes sexuais”.
Sophia Wilén
Entidades como a Associação Mundial de Jornais, o World Press Freedon Committee e a norte-americana Freedom House costumam protestar no caso de prisões políticas contra jornalistas, principalmente em países não alinhados a potências ocidentais. Desta vez, por enquanto, evitaram criticar a ação contra colega preso.
A queixa, porém, seria relativa ao fato de Assange, supostamente, não ter utilizado camisinha durante as relações sexuais que teria tido com elas, enquanto Ardin dormia em sua resisidência em Estocolmo. Além disso, Ardin e Wilden denunciaram Assange por ter mantido relações sexuais com as duas na mesma semana, o que, na Suécia, é ilegal.
De acordo com a versão apresentada, no dia 11 de agosto deste ano, Assange teria ido à Suécia a convite do movimento de centro-esquerda Broderskap para participar de um seminário. Na ocasião, segundo Ardin, ela própria ofereceu sua casa para hospedar o fundador do Wikileaks, já que ela estaria fora da cidade. Ardin, porém, voltou antes do previsto, mas mesmo assim hospedou Assange em casa. Segundo ela, em uma das noites após jantarem juntos, tiveram relações sexuais com preservativo, que teria rasgado acidentalmente.
No dia seguinte, ainda de acordo com Ardin, Assange teria seduzido Sophia Wilén, com quem também teria feito sexo, na cidade de Enkoping, onde ela mora. De acordo com Wilén, ela e Assange tiveram relações duas vezes, uma com e outra sem o uso de preservativos, em razão de uma recusa do fundador do Wikileaks.
Julian Assange
Dez dias depois, as duas mulheres se apresentaram à polícia sueca para denunciar Assange por crimes sexuais. Ardin, porém, se apresentou como militante feminista a princípio e declarou que estava apenas auxiliando Wilén. Dias mais tarde, declarou seu envolvimento com Assange, alegando que “inicialmente o sexo foi consensual, mas logo se transformou em um abuso”, já que o preservativo teria rompido e Assange teria continuado a relação à força.
Anna Ardin é uma ativista feminista conhecida na Suécia. Em 19 de janeiro de 2010, ela escreveu em seu blog um post com o título “Sete passos para uma vingança judicial”, incluindo instruções sobre incriminar alguém usando acusações de teor sexual.
Acusada de ter mudado o depoimento a mando da CIA, Ardin se defendeu em seu blog garantindo que as denúncias não haviam sido coordenadas e reafirmando a denuncia contra Assange dizendo que a responsabilidade do que havia acontecido é do homem que tem uma visão distorcida das mulheres, que tem um problema em aceitar um "não", dando a entender mais uma vez o estupro.



Segundo a TeleSur, ela também seria ligada ao ativista Carlos Alberto Montaner e ficou famosa por escrever em websites financiados e controlados pela CIA criticando o regime cubano. Montaner chegou a ser preso em Cuba por acusações de trabalhar para a CIA em operações de sabotagem, até fugir da prisão e encontrar asilo na Espanha, então sob o regime franquista.