O escândalo em volta do arresto do fundador do projeto WikiLeaks Julian Assange vai continuando, mas o australiano já tem muitos colaboradores. Na terça- feira surgiu o site BrusselsLeaks.com. Os seus fundadores decidiram concentrar-se na revelação da informação secreta que tem a ver com os funcionários europeus. Os criadores da versão europeia do WikiLeaks, um grupo de antigos funcionários da UE que contam com o apoio de organizações não estatais, de especialistas da mídia e das relações públicas. Mas o BrusselsLeaks é diferente do WikiLeaks: o portal não vai publicar materiais por si mesmo, mas vai verificar a sua autenticidade e dirigí-los à mídia, o site já começou a oferecer às pessoas informações sobre a atividade dos funcionários.
Segundo os fundadores do site, não é por acaso que as pessoas não confiam nos funcionários pois nem tudo o que fazem é legal. Os fundadores acham que o BrusselsLeaks ajudará as instituições da UE a melhorar a “transparência”.
Por um lado, é uma tentativa de fazer pressão sobre a burocracia da UE para melhorar a transparência. Por outro, estes burocratas vão tentar guardar esta informação em segredo. Acho que na sequência disso a reação da UE será negativa e o controle sobre a informação vai crescer. Em todo o caso a discussão sobre a necessidade do controle social sobre as instituições públicas, qualquer que fosse o seu nível, é construtiva. A pressão sobre a burocracia do lado da sociedade civil vem crescendo ultimamente.
O primeiro projeto semelhante foi o site openleaks.org criado pelos ex-ativistas alemãos do WikiLeaks que estavam discontentes pelas ações do fundador do site Julian Assange. Mais um projeto igual é BalkanLeaks.eu da Bulgária que usa servidores no Canadá. O projeto trata-se dos problemas do crime organizado e corrupção nos governos dos países balcãs. Outro imitador do WikiLeaks é IndoLeaks.org dos EUA. O seu objetivo é revelar os dados secretos sobre a vida política na Indonésia. Pelos vistos, isto ainda não é o fim.