quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Zhao Lianhai, abaixo a opressão na China


Um ativista chinês que liderava uma campanha pedindo indenização para pessoas afetadas pelo consumo de leite em pó contaminado foi condenado a dois anos e meio de prisão, na China, por incitar a desordem social.
O filho de Zhao Lianhai foi uma das 300 mil crianças que ficaram doentes em 2008 após ingerir o leite contaminado com a substância química melamina. Pelo menos seis bebês morreram. Ele resolveu então criar um website com informações para as famílias de outras vítimas.
A promotoria alegou que Zhao deu entrevistas à mídia estrangeira e participou de protestos para chamar atenção para o escândalo, além de ter organizado um evento para os pais cujos filhos ficaram doentes por causa da substância tóxica encontrada no leite fabricado pela Sanlu, na época a maior empresa de laticínios do país.
O advogado de defesa Li Fangping disse que a sentença foi dura demais, já que normalmente os condenados por incitar desordem social passam apenas alguns meses na prisão.
Zhao, que já trabalhou para a vigilância sanitária do país, anunciou que vai recorrer da decisão e ameaçou fazer greve de fome.
A substância melamina é geralmente usada na fabricação de plástico, fertilizantes e concreto. Quando adicionada a alimentos, ela faz o conteúdo proteico da comida parecer maior, mas pode causar pedras nos rins e levar à falência renal.
Em 2008, a melamina foi encontrada em produtos de 22 empresas de laticínios, o equivalente a um quinto dos fornecedores na China.
Mais de 20 pessoas foram condenadas por envolvimento no escândalo e duas foram executadas.
O incidente levou a um recall de laticínios chineses no mundo todo e causou constrangimento para as autoridades na China, que prometeram lidar com o problema e restaurar a confiança do consumidor.
Mas Zhao Lianhai achava que mais deveria ser feito para chamar atenção para o problema.