segunda-feira, 20 de junho de 2011

"Descomplicando 2012"

 Antes do filme que leva no nome o ano citado ser anunciado provavelmente apenas os mais interessados em mitologias haviam ouvido falar em Katuns, profecias maias ou de outros povos. Acontece que após a balburdia feita pela pitoresca produção cinematográfica ocorreu um colapso de informações ajudado pelo baixo nível de cultura da nossa população associado à falta do que fazer dos trolls e agora nós temos uma facilidade incrível para encontrar explicações sobre o fim do mundo quer seja em comunidades "oficiais" (irônico) do Orkut com seus "sábios" (irônico²) de plantão quer seja em certas igrejas onde o "sábio" (irônico³) usa roupa formal.
Pois bem, "depois de muita coisa de pensamento na minha cabeça" eu tive a audácia de bolar uns posts sobre os Maias e sua previsão do futuro e as profecias que supostamente já aconteceram para ajudar você meu amigo lêmure a vencer seu debate com aquele troll escroto que tira onda com as minas por sua pseudosabedoria. Espero que gostem da postagem, se não gostarem eu também não tô nem aí, só leiam aí e fiquem quietos. O primeiro passo é no mínimo saber quem ou o que foram os Maias e um pouco  mais sobre sua  famosa forma de datar o tempo, então bem de leve eis aí o primeiro post:
Talvez eles tenham sido o grupo indígena mais importante da América, eram extremamente avançados, principalmente em matemática, astronomia e arquitetura, com o tempo desenvolveram sua própria linguagem e escrita baseada em hieróglifos originais, sim esses foram os Maias.
Trata-se de um povo nada amigável com os vizinhos que residiu em parte da América Central e Caribe e que foram bem mais evidentes no Sul de México, mais precisamente na província de Yucatán, lá eles construíram suas maravilhosas cidades, templos, altares e, não se espante, pirâmides. Isso mesmo meu caro leitor, as pirâmides não eram exclusividade dos egípcios e nem sempre tinham a mesma finalidade.
As pirâmides egípcias eram como sepulcros magníficos onde jaziam os faraós e suas riquezas, na verdade elas possuem um significado esotérico bem mais profundo mas não vale a pena falar sobre isso agora, enfim, já as pirâmides maias eram locais cerimoniais de homenagem aos astros cultuados por eles (eram astros de verdade não pessoas famosas). Nesses locais eram realizados ritos e sacrifícios entre eles o que os caras arrancavam o coração de um carinha para alimentar o Sol e conceder-lhe forças para vencer o submundo e nascer no dia seguinte. Como você viu as pirâmides sempre levam para algo relacionado à morte.
Calendário maia
Mas voltando aos Maias, esse povo deixou marcado em pedras suas mensagens sobre o tempo, o ciclo do Sol, da Lua e de Vênus e sobre o caminho que a humanidade deve seguir para alcançar a Nova Era e a Luz e evitar o materialismo e a autodestruição. A propósito, nunca pense que Paris é a cidade da luz por causa da iluminação da cidade, ou que o Iluminismo e a Era das Luzes são assim chamados por que eles seguravam lampiões ou coisa parecida, nem se atreva a pensar que os Iluminatti querem dominar o mundo, até porque eles provavelmente já dominam e em hipótese alguma caia na lorota conspiratória americana de que os termo Iluminatus se associa a satanista, cara, tem nada a ver.
Falando dos calendários...


O calendário maia é baseado em outros três calendários independentes entre si mas harmoniosos e cooperativos, são eles:
    Coluna do calendário maia
  1. HAAB: é o calendário solar, muito usado para fins agrícolas como prever o melhor tempo para plantio e colheita. Era dividido em 18 uinals (meses) de 20 dias, mais outros 5 dias que não podiam ser nomeados, dias considerados tenebrosos por se tratar do período de descanso dos deuses que deixavam a Terra desprotegida, nesses dias era estritamente proibido ter filhos, realizar casamentos, declarar guerras entre outras coisas, eram dedicados à intensificação dos cultos e dos sacrifícios para que os deuses voltassem novamente.
  2. TZOLK'IN: é um calendário sagrado dividido em 13 meses de 20 dias, alguns teóricos acreditam que isso seja uma referência ao tempo da gestação humana outros  creêm que seja o tempo do cultivo do milho desde seu plantio até sua colheita. Algo quase certo para nós é o porque dos números 13 e 20, eles fazem referência ao corpo humano, 20 dedos e 13 juntas principais por onde os maias acreditavam que as doenças entravam para atacar (um pescoço, dois ombros, dois cotovelos, dois pulsos, dois quadris, dois joelhos e dois calcanhares).
  3. Conta Longa: um pouco mais complicado e mais abstrato, sua duração se chama grande ciclo e dura 5.125,36 anos. 
Nomes Importantes
um dia - kin
20 dias - uinal
360 dias - tun
7.200 dias - katun
144.000 dias - baktun


Além das formas de datação citadas temos a grande pirâmide de Kukulcán construída em meados de 1050 em Chichen Itza, Yucatán, México, ela é um edifício-calendário.
Mayan pyramidEsta pirâmide fazia culto ao Deus Kukulcán, a “Serpente Emplumada” e é famosa devido ao fenómeno solar que nela ocorre nos equinócios da Primavera (21 de Março) e de Outono (21 de Setembro). Nestes dias, a uma determinada hora, à medida que o Sol se movimenta, a sua sombra projetada nas laterais de uma das escadarias da pirâmide, formam o corpo de uma serpente, que se desloca até tocar na cabeça da serpente emplumada que se encontra na base da escadaria norte.
O que impressiona ainda mais nela é o fato de seu Norte estar direcionado exatamente ao pólo Norte magnético da Terra e ainda não é tudo, ela possui 4 escadarias, cada uma delas com 91 degraus. Se estes números forem multiplicados, obtém-se o número 364. Se a ele for somado o patamar superior do templo, comum a todas as escadarias, surge o número de dias do Haab, 365. A pirâmide possui ainda 9 patamares, divididos ao meio pelas escadarias. Assim, se multiplicarmos estes números obtemos o resultado de 18, correspondente ao número de uinais (meses) do Haab. A fachada da pirâmide tem 52 painéis, como indicativo do ciclo de 52 anos do calendário circular (união do Haab com o Tzolk'in). No templo superior da pirâmide, existem 5 aberturas em cada fachada, o que dá um total de 20, o número de dias de cada mês do Haab e do Tzolk'in.