terça-feira, 11 de setembro de 2012

O Plano Marshall


Depois da Segunda Guerra, um dos primeiros componentes da nova postura dos EUA em relação à União Soviética foi, em 1948, a aprovação do Plano Marshall. Uma espécie de patrocínio, a proposta era designada para a reabilitação das economias dos países afetados pela segunda grande guerra dando a estabilidade social necessária para a permanência da ordem democrática. Os ianques temiam que o desemprego, a pobreza e a situação humanitária do pós-guerra fossem pesos a favor da ideologia comunista caso fossem omissos com seus aliados europeus, principalmente os do oeste do continente.

A ideia proposta por George C. Marshall, então secretário de Estado norte-americano, foi apresentada para a representação de 16 nações aliadas e para o Congresso de seu país. Aprovada nesses dois estágios, tal ideia foi sancionada pelo presidente Harry S. Truman no dia 3 de abril de 1948 e estabelecida com a nomenclatura oficial: European Recovery Program.
Inicialmente, a ajuda foi oferecida a quase todos os países do velho continente, incluindo aqueles sob a égide da União Soviética. O Kremlin foi rápido e enfático com a reprovação do plano e foi imediatamente atendido pelas capitais alinhadas que, deve-se lembrar, ainda vivenciavam a ocupação do Exército Vermelho. Os seguintes países foram participantes efetivos do programa de recuperação: Áustria, Bélgica, Dinamarca, Franca, Grécia, Islândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Noruega, Portugal, Suécia, Suíça, Turquia, Reino Unido e Alemanha Ocidental.
O Plano Marshall foi muito bem-sucedido. Os países do oeste europeu chegaram a experimentar um crescimento do produto interno bruto de até vinte e cinco por cento entre abril de 1948 e dezembro de 1951. Mas outros objetivos foram indiretamente alcançados com o programa. Um deles era o de impedir uma crise geral do capitalismo, afastando a lembrança da crise de 1929, quando o declínio do mercado europeu foi decisivo para o cataclismo que se abateu sobre a economia dos EUA. Outro é que, ao conceder empréstimos e investimentos a esses países, os norte-americanos tornavam seus governos relativamente dependentes das suas próprias orientações políticas.