quarta-feira, 29 de junho de 2011

Grécia em apuros




O Parlamento Grego aprovou nesta quarta-feira (29) rigorosas medidas econômicas postas como pré-requisitos pelos credores internacionais do país, a reação foi uma nova onda de protestos nas ruas de Atenas. O plano de austeridade prevê cortes de gastos(como salários e aposentadorias), aumentos de impostos e privatizações.
O pacote de ajuda original foi aprovado há pouco mais de um ano, em maio de 2010. A razão para o resgate é que o país estava tendo dificuldades em obter dinheiro emprestado no mercado para quitar suas dívidas. Por isso recorreu à União Europeia e ao FMI. A ideia do novo pacote é, também, permitir que a Grécia consiga gerar verba considerável a partir dos cortes de custos para quitar suas dívidas ao contrário de realizar novos empréstimos para sanar as já existentes. Mesmo com todo esforço, a Grécia continua com a pior classificação na tabela de risco S&P(Standard & Poor's é uma divisão do grupo McGraw-Hill que publica análises e pesquisas sobre bolsas de valores e títulos¹).

Os gastos gregos foram além da conta nestes últimos anos, pedindo empréstimos pesados e deixando sua economia refém da crescente dívida. Nesse período, os gastos públicos foram às alturas, e os salários do funcionalismo praticamente dobraram. Enquanto os cofres públicos eram esvaziados pelos gastos exacerbados, a receita era afetada pela evasão de impostos, o que deixou o país sem estrutura quando o mundo foi afetado pela crise de crédito de 2008.


O pacote aprovado se assemelha ao que resultou no Milagre Econômico brasileiro na época da última ditadura militar e, não obstante, encontrou a resistência da população. Tomando do ponto de vista de que a vulnerabilidade econômica da Grécia teve início a partir da má administração e aumento exacerbado da remuneração publica, o povo tem toda razão de rejeitar o pacote econômico. Aliás, quem quer pagar mais impostos e receber um salário menor depois de assistir a remuneração pública dobrar?

A Grécia hoje deve cerca de 700 bilhões de Euros. Será que vamos assistir a declaração de falência de um tão tradicional país ou será esta uma superação que ficará marcada nos livros de História? Só o tempo vai dizer...

1: vide Wikipédia